sábado, 5 de novembro de 2016

Capítulo 5 - MAD
























*-Há pouco menos de um mês o mundo vem enfrentando um inimigo desconhecido. Nós não dormimos desde então! Nossa prioridade máxima foi tentar de todas as formas impedir a entrada disso em nosso país-* Milhões de pessoas estão paradas nas ruas, bares, dentro de casa. Famílias inteiras assistem o pronunciamento do presidente dos EUA. *–Há duas semanas o primeiro caso de febre vermelha foi confirmado em nosso território. Essa não é uma luta só nossa, é uma luta mundial! Nos juntamos á sessenta e sete países aliados e não aliados para tentar reverter essa situação. Infelizmente, muitos países não tem a nossa tecnologia ou a nossa força, começamos a agir cedo e por isso estamos aqui, firmes. É hora de vocês saberem a verdade. É hora de vocês terem noção da dimensão do inimigo que estamos enfrentando para que possam nos ajudar a proteger o nosso país! A partir de hoje a imprensa está livre para cobrir os casos de febre vermelha. Iremos retirar o bloqueio na comunicação interna e externa, vocês precisam... –A luz cai desligando praticamente tudo, somente as luzes conseguem ficar acesas, fracas, mas acesas.

-Sra. Anderson? – Anna desce as escadas segurando uma boneca de pano, seus cabelos estão soltos, ela veste um pijama azul claro com sorrisos.

-Oi querida, foi só uma queda de luz- Ela diz tirando alguns eletrodomésticos da tomada. –Melhor tirar tudo da tomada, se a luz voltar com pico de energia vai acabar queimando tudo- Ela diz tirando a geladeira da tomada. Algo chama a atenção de Wanda na janela. Ela se aproxima e a abre. Os prédios no centro da cidade começam a apagar e em seguida quadras inteiras começam a ficar no escuro. A luz vem apagando em sequência de fase até deixar Wanda no escuro. Ela continua observando pela janela, algumas quadras reacendem, outras piscam. A luz na casa dela reascende iluminando o rosto assustado de Anna. Uma grande explosão estremece toda a casa e enfim as luzes se apagam por toda a cidade de uma só vez.

As sirenes de emergência começam a tocar por todo o bairro, geralmente essas sirenes são acionadas em casos como tornados ou algum evento catastrófico.

-O que está acontecendo? – Anna pergunta correndo até Wanda. Ela dá as mãos a Anna, alguém bate com força na porta principal assustando Wanda. Ela abre a porta de casa e encara os oficiais do exército, em seguida ela olha em volta e repara nos soldados batendo nas outras casas.

-Pegue suas coisas em desça para o porão! Não suba até desligarmos as sirenes. – Ele ameaça virar as costas, mas Wanda o segura.

-O que é isso? Algum tipo de treinamento? Ouvi uma explosão. – Ela encara o homem que segura um rifle de assalto. Carros de polícia passam em alta velocidade pela rua iluminando as pessoas assustadas nas calçadas.

Ele puxa o braço. –Tira sua neta daqui de cima. Estaremos no canal emergencial caso precise.

Ela observa o homem indo em direção a outra casa. -Wanda? – Uma mulher se aproxima com um carrinho de bebê. –O que é isso? – Ela pergunta parando o carrinho ao lado dela. Tiros começam a ser ouvido, as pessoas começam a gritar e correr na rua. Uma frota do exército passa com tanques e carros blindados pela rua. Mais tiros são disparados na rua ao lado. Os postes de luz piscam, a luz volta e um transformador explode jogando uma chuva de faíscas para cima acabando com a luz novamente.

-SAIAM DAS RUAS, ENTREM E TRANQUEM AS PORTAS- Um homem que passa em um dos carros do exército diz em um megafone. –ENTREM AGORA! SÓ SAIAM QUANDO AS SIRENES PARAREM DE TOCAR.



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-Que loucura- Troye encara a janela do quarto de Noah. –Apagou tudo- Ele diz se virando para Noah que está deitado na cama de barriga para cima. –Ah, qual é? Sabe que eu gosto da cama de cima, sou visita- Ele diz tacando o tênis nele.

Noah se protege do tênis com o travesseiro. –Visita? Para com isso! Você vem mais aqui do que eu- Ele diz tacando o tênis de volta com mais força. –Só vou descer porque eu gosto mais da cama debaixo- Ele diz descendo as escadas da cama de madeira. Troye tira a camisa, ele é magro, mas seu corpo é levemente definido, não muito alto com cabelos castanho claro.

-Cara, preciso de uma bermuda- Ele diz tirando a calça jeans preta, ele está usando uma cueca box cinza, suas pernas são levemente cobertas por pelos até a altura da coxa mais branca que o restante do corpo. –Eu não sabia que ia dormir aqui, não trouxe nada, só os livros.

Noah deita na cama sem camisa, ele sempre foi um garoto quieto. Branco, não muito alto também, cabelos negros como os da mãe jogados para trás, barba rala e cerrada, geralmente usa toucas e roupas de moletom. A luz da lua é a única coisa que ilumina o quarto escuro. A luz branca passa pelos vidros da janela e ilumina Noah na cama. Ele está deitado de barriga para cima, ele tem um corpo normal, peitos largos e levemente saltados, sua barriga é um pouco definida, não muito, poucos pelos descem até entrar na cueca samba canção. –Cara, não tem ninguém em casa, a Mad está no hospital e Anna está com sra. Anderson, não precisa por bermuda- Ele diz olhando a sombra da arvore no forro do quarto.

-Ok- Ele coloca o celular ao lado do computador de Noah.

-Troye, aproveita que está em pé, abre a janela aí. Está foda o calor- Ele ri quando termina de falar.



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Aron entra no quarto onde Madson dorme ao lado de Tahisse. –Mad- Ele a balança de leve a despertando aos poucos. –Mad- Ele chama mais uma vez. Ela abre os olhos e os esconde com a mão. –Seu plantão começa em dez minutos- Ele diz dando um beijo na testa dela e a entregando uma sacola de papel com café e sanduiche.

-Como vou entrar em plantão? Não posso deixar ela sozinha aqui- Ela se levanta e abre a sacola. –É arriscado- Ela diz soprando o café. –Não podemos abaixar a guarda, Aron.

Aron vai até ela. –Vamos continuar vindo aqui sempre, você pegou vinte e quatro horas só- Ele estende as mãos para ela.

Madson vai até o banheiro e lava o rosto. –Só? É o dobro do meu horário normal. - Ela solta o cabelo que cai por cima dos ombros. Aron entra no banheiro e a entrega o jaleco. –Obrigada- Ela veste e dá um beijo nele.

-Tem sorte de só terem dobrado. A maioria dos médicos não podem mais deixar o hospital.

-Quando isso tudo vai acabar? - Ela apoia os braços na pia de mármore.

...
Madson atravessa a porta de duas folhas e passa pela ala de espera. –Ei, Mad! – Sarah se aproxima abotoando o jaleco. –Como você está? Não te vi mais depois daquela loucura- Ela diz indo no balcão pegar café.

Madson para ao lado dela e pega um copo de papel. –Eu estou tomando conta dos filhos dos meus vizinhos- Ela aperta o botão da máquina de cappuccino. –Tem açúcar aí? – Ela pergunta encarando o pote vazio ao lado. Sarah passa outro pote de açúcar para Madson. –Obrigada.

-Isso aqui tem sido um inferno- Sarah para atrás do balcão. –Hoje está calmo, por enquanto.

-Aron me contou que o movimento está forte- Madson adoça o cappuccino.

-Eu vou embora- Sarah respira fundo. –Vou voltar para o interior.

Madson desvia o olhar para Sarah. –Seus avós moram lá, certo?

-Sim. Não estou aguentando isso aqui. Muitas mortes, muitas regras... quase não me sinto humana.



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Troye força a janela de vidro. –Cara, está emperrada aqui- Ele diz tentando forçar a janela para cima.

Noah o encara. –Faz força- Ele ri e volta a olhar para o forro. Troye encara a rua escura, iluminada pelos carros de polícia que passam em alta velocidade a todo o tempo. Ele começa a ouvir tiros e clarões pelas outras ruas.

-Não é possível, isso não vai abrir- Ele diz dobrando os joelhos e os esticando. Seus braços tremem e seus poros começam a suar. –Que droga- Ele empurra de novo. A janela quebra, o barulho dos cacos grandes caindo e se estilhaçando no chão preenche todo o ambiente. Troye é arremessado para trás pelo impacto da bala e cai no chão ao lado de Noah.

Noah se levanta assustado e abaixa ao lado de Troye. –Não, Troye? Acorda! Por favor cara, ACORDA- Ele o sacode, Troye tosse fazendo sangue sair por sua boca. –Fica calmo, fica comigo- Ele diz colocando as mãos sobre o furo no peito de Troye. O sangue atravessa por seus dedos e escorre por toda a barriga até encharcar a cueca cinza. –Troye? – Ele o sacode quando o vê fechando os olhos de novo. –Fica acordado!- Ele veste uma bermuda e o pega no colo. O sangue pinga e encharca a bermuda de Noah, as lagrimas começam a escorrer dos seus olhos enquanto ele o carrega pela escada. –PORRA! –Ele grita quando abre o painel de chaves e não encontra a do carro. –Ok, está tudo bem- Ele diz para si mesmo com Troye nos braços. Ele entra com ele na garagem escura e encara o carro. Noah olha em volta, tudo está escuro. Ele corre até a porta e a levanta manualmente. A luz da lua invade a garagem até tocar o chão sujo pelo sangue de Troye, ele corre até o carro e tenta abrir a porta na esperança dela estar destrancada. –Que merda, MERDA!- Ele diz olhando Troye no chão. Noah olha em volta, ele leva as mãos à cabeça e encara uma pá de obra, ele a pega e vai até a porta do motorista. O vidro trinca, ele bate mais uma vez com mais força, o vidro se esfarela caindo para dentro do carro. Ele abre a porta traseira por dentro e pega Troye no colo, em seguida Noah o deita no banco e vai até a caixa de ferramentas amarela no final da garagem escura com prateleiras de madeira. Ele crava a chave de fenda de cabo vermelho na ignição e a roda, o carro liga acendendo os faróis. –Por favor Troye, só mais um pouco- Ele encara o amigo deitado desacordado pelo retrovisor.



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-Tassia? Segura a sua irmã- Dhonna está abaixada atrás do carrinho ao lado da mulher com o bebê. As luzes do WALMART se apagaram e a movimentação fora do mercado fazem as caixas entrarem para os corredores. Uma das atendentes corre pelo corredor deles. –Ei, o que está acontecendo? – Dhonna pergunta iluminando a menina ruiva com o celular.

Ela se abaixa ao lado deles. –Eu não sei, ouvi tiros- Ela prende os cabelos com uma fita. –Acho que tem algumas daquelas coisas do lado de fora- Ela abre o primeiro botão da camisa branca com crachá *Sophia Loham*

-Tinha um deles aqui dentro, vimos o segurança matar- Diz a mulher pegando o bebê no colo. –Precisamos chegar no carro- Ela se levanta.

O hipermercado está totalmente escuro e silencioso, passos são ouvidos por todos os lados. O silêncio é quebrado por um grito agudo e em desespero. –Samanta? – Sophia se levanta e corre até sumir do alcance dos olhos de Dhonna.

Dhonna se levanta e se apoia em uma prateleira repleta de molhos. –Temos que ir agora! - Ela pega Giulia e a põe dentro de um dos carrinhos. O casal se levanta e a mulher cobre o bebê com o manto que estava dentro do carrinho. Mais um grito é ouvido, mais perto e mais alto. –Tassia, não sai de perto de mim- Ela diz lutando para enxergar o caminho. O carrinho bate em alguma coisa que cai no chão com o impacto. O barulho os assusta, Dhonna não sabe em que ou em quem ela bateu, não dá para ver nada.

-O que foi isso? – Tassia pergunta tentando ligar a lanterna do celular. –Mãe? –Ela pergunta de novo.

Dhonna puxa o carrinho para trás. –Volta- Ela sussurra. O homem puxa a mulher pelo braço, ele segura a arma que estava em sua cintura. –Por aqui- Ela diz entrando em um corredor frio, provavelmente o setor de congelados. Alguém corre de salto perto deles, o chão estala em cada passo. Eles continuam, a fumaça pesada e fria que sai dos freezers bate na perna de Tassia fazendo todo seu corpo se arrepiar. O silêncio absoluto cai sobre o mercado escuro, somente as rodas dos carrinhos são ouvidas. O silêncio é quebrado por uma pilha de latas de leite em pó que é derrubada perto deles. –MERDA- Ela acelera, os barulhos ficam mais próximos, passos arrastados, coisas batendo nas prateleiras, potes quebrando, um grito de dor preenche todo o ambiente. Uma mulher grita como se estivesse sendo torturada por alguém. –Meu deus- Dhonna mantem o ritmo acelerado.

A mulher tropeça e cai com o bebê. –Droga- Ela bate o braço no chão para proteger seu filho.

-Você está bem? - Tassia a ajuda a levantar. Eles começam a andar por cima de cacos de vidro. Eles estalam a cada passo.

-Obrigada- Ela diz ajeitando o manto por cima do bebê. Alguém começa a se aproximar deles. O homem levanta a arma e aponta para os lados tentado descobrir de onde vem os passos arrastados. Outra porta de vidro de um dos freezers quebra fazendo um barulho ensurdecedor. Mais passos são ouvidos, ele destrava a arma, mais passos arrastados. Alguém entra correndo bem na frente deles, ele se vira assustado e dispara a arma. Sophia cai no chão de olhos abertos, o sangue escorre pelo furo na sua testa.

-O QUE VOCÊ FEZ? – Dhonna corre e se abaixa do lado da menina que há poucos minutos estava com eles. O homem entra em desespero, ele deixa a arma cair.

-Eu não vi, eu pensei...meu Deus, o que fiz? –Ele vai até a menina, suas mãos tremem. –Eu sinto muito, eu pensei que fosse uma das coisas- Ele se apoia no ferro de proteção dos freezers para o carrinho. –Meu Deus- Ele leva as mãos à cabeça.

Tassia se aproxima deles. Ela olha para Sophia caída no chão, o sangue começa a formar uma poça. –A culpa não foi sua, qualquer um de nós atiraria- Ela põe a mão no ombro dele e o entrega a arma. –Você deixou cair- Dhonna se levanta e avista no fim do mercado as letras levemente iluminadas em vermelho EXIT.

-Ali, RAPIDO! - Ela aponta para a porta, eles correm e se aproximam.

-MÃE? –Uma criança grita dentro do mercado fazendo eles pararem na porta. –MÃAE? – Dhonna encara o homem.

-De onde está vindo? – Ela tenta forçar a visão. –Eles vão pegar ele- Ela diz correndo para dentro do mercado.

-Espera! Mãe? –Tassia a segura.

-Fica com a sua irmã! Não vem atrás de mim, eu volto em um minuto- Dhonna entra na escuridão do mercado.



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Madson está em pé ao lado do balcão com Sarah, ela segura uma prancheta de lado e um copo de café enquanto elas conversam. –É porque eu amo muito minha profissão, senão eu já teria abandonado isso aqui desde semana retrasada- Sarah dá um gole no café. –Nós estamos muito expostos a isso tudo, fico assustada as vezes. Não temos muito preparo- Ela vai até o micro-ondas. –Mad... bolo de caneca, quanto tempo mesmo? – Ela pergunta mexendo o pó do bolo instantâneo na xícara com leite.

Madson vai até ela. –Eu sempre coloco um minuto- Ela diz se sentando no banco atrás do balcão da recepção.

A porta automática da recepção se abre. –MAD- Noah grita assustado, sem camisa e todo sujo de sangue. Ele para na porta do hospital.

-Meu Deus- Madson se levanta e corre até ele, ela olha em volta e pega uma maca que estava encostada na parede. –Bota ele aqui, rápido- Ela diz ajudando Noah a pôr Troye na maca de ferro gelada. –SARAH- Ela grita entrando com Troye no corredor, ela corre com a maca. –Noah, fica na sala de espera, você não pode entrar.

Sarah deixa o bolo no micro-ondas e corre na direção de Madson. –O que aconteceu? – Ela começa a empurrar a maca com ela. Sarah é clínica geral.

-O furo é de bala, não atravessou! - Madson respira fundo, está cansada. –Temos que levar ele para o setor cirúrgico- Elas passam pela porta de divisão do corredor. *somente pessoal autorizado* Sarah passa pela sala de descanso dos médicos e bate na porta com força sem parar de andar.

-Cirurgia, retirada de bala do tórax- Ela diz ainda empurrando a maca quando Colle sai da sala apreçado arrumando o jaleco.

Colle corre na direção delas. –Não tinha ninguém para fazer a triagem? – Ele diz levantando a toalha em cima do peito de Troye.

Sarah checa as vias respiratórias de Troye e em seguida o entuba. –Vou começar a respiração artificial. O coração está fraco demais.

Madson corre até eles segurando um papel. – A negativo- Ela os encara. –Não temos.

Mais duas enfermeiras se aproximam e uma médica. –Faz uma tomografia do tórax- Lexia diz levantando a cabeça dele. –Droga, ele bateu com a cabeça- Ela o põe no lugar. –Bipa o neurocirurgião, é o Carlos, ele está em casa.

Colle levanta a toalha e repara na barriga inchada. –Vamos ter que operar o tórax. Está com hemorragia.

-Estamos sem cardiologista desde semana passada- Lexia diz o conectando as máquinas. –Não podemos operar o tórax sem um cardiologista.

-Eu consigo- Sarah diz indo até eles. –Estou me especializando em cardio.

Todos a olham. –Você não pode fazer cirurgia solo ainda... o concelho cairia em cima de nós.

-Ela disse que consegue- Madson vai até eles. –Não temos um cardio aqui e não podemos deixa-lo morrer.

Sarah a encara. –Fizemos um juramento quando nos formamos. Salvar vidas, é obrigação nossa.

As máquinas começam a apitar. Lexia corre até Troye. –Estamos perdendo ele.

-Prepara o carrinho de choque, vamos reanimar- Colle diz indo até Troye.

Sarah olha para Madson que observa a situação com as mãos na boca. –Não fique aí parada! Traga bolsas O negativo.

Madson assente e desvia o olhar assim que Troye recebe a primeira carga fazendo seu peito sair da maca.

...

Madson entra na sala com as bolsas de sangue e entrega as enfermeiras.

-Vamos levar ele para a ala cirúrgica D. – Lexia diz pegando uma das bolsas.

-Essa ala foi desativada pelo estado- Madson diz os olhando, sua voz fica tremula.

-Eu sei- Colle olha no relógio. –Tem duas cirurgias sendo feitas agora, a ala B está com problemas. Temos que leva-lo para lá. - Ele passa por elas. Madson engole seco, ela morde os lábios enquanto pensa.

*tira a Tahisse daí! A sala vai ser usada* A mensagem é enviada para Aron. –Droga- Ela diz baixo encarando o celular. *Aron?????* Ela envia outra mensagem, ele não visualiza nenhuma das duas. Ela encara o corredor e em seguida entra na sala de tomografia.

-Mad, fecha a porta por favor- Sarah diz parando a maca ao lado aparelho, Troye tosse cuspindo sangue. –Ei, se acalma- Madson passa a mão na cabeça dele. A respiração dele fica ofegante enquanto ele encara as luzes brancas do aparelho que o envolve. –Tenta não se mexer- Ela diz atrás da bancada mexendo no computador. –Da uma olhada- Sarah diz encarado Colle. –Está alojada aqui- Ela aponta para as imagens.

Madson se afasta e vai até a porta, ela leva o celular ao rosto *barulho de ligação chamando... ei você ligou para mim! Eu não posso atender agora, deixe seu recado e eu ouvirei em breve*

-Merda- Ela diz colocando o celular de volta no jaleco.

-Pronto, enviei o resultado para a ala D, vamos- Sarah diz indo em direção ao Troye. –Me ajuda com ele- Elas o colocam de volta na maca e vão em direção a porta. Elas entram no corredor da ala D. O coração de Madson dispara a cada sala que eles passam. Ela solta a respiração aliviada quando passa pela janela de vidro da sala e encara Colle de pé ao lado a mesa cirúrgica. Ele está ajeitando a iluminação e separando os instrumentos.

-Graças a Deus- Ela diz soltando o ar.

-Graças a Deus o que? – Sarah pergunta entrando na sala.

Madson tenta disfarçar. –Graças a Deus que chegamos a tempo- Ela diz ajeitando o cabelo.



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-Já era para ela ter voltado- Tassia encara a escuridão do mercado.

...

Dhonna anda se apoiando nas prateleiras. –ONDE VOCÊ ESTÁ? – Ela grita tentando enxergar alguma coisa. Alguém se mexe perto dela fazendo seu coração disparar. –Olá- Sua voz sai trêmula pelo medo, sua respiração está ofegante. Ela entra no setor de camping. –Graças a Deus- Ela diz pegando uma lanterna, a lanterna pisca e ela bate nela com as mãos. Dhonna ilumina o corredor bagunçado e desvia de alguns brinquedos espalhados pelo chão. Cada vez que o silêncio é quebrado por qualquer tipo de som o coração de Dhonna acelera. –EU PRECISO QUE VOCÊ GRITE PARA EU SABER ONDE VOCÊ ESTÁ- Ela desvia de uma barraca de camping montada. Alguém se mexe lá dentro, ela engole a seco e leva as mãos ao zíper da barraca azul. –Ei- Ela puxa o zíper da barraca e abre a porta com força apontando a lanterna para dentro.

-Não faz barulho- Uma mulher a encara assustada. –Tem alguma coisa errada aqui dentro- Ela tenta fechar a porta.

-Calma, está tudo bem- Dhonna entra na barraca. –Eu achei a saída de emergência, minhas filhas estão me esperando.

A mulher encosta o corpo na parede de lona. –Estava saindo da cidade, parei para comprar algumas coisas. Droga.

Dhonna entrega uma lanterna para a mulher. –Pretendo sair com as minhas filhas, mas precisamos sair do mercado primeiro. – Ela diz rindo. –Estava na porta, ouvi uma criança gritando e voltei.

-Também ouvi, eu o segui, mas alguma coisa me jogou no chão, entrei em desespero, dizem que essas coisas estão por aí e que eles mordem... pensei que fosse ser mordida, corri e entrei nessa barraca- Ela sai da barraca apontando a lanterna para as prateleiras. –Meu nome é Ariel. –

-Dhonna- Ela responde parando ao lado de Ariel.

Dhonna encara os outros corredores. –Esse mercado é imenso, como vamos acha-lo? – Ela aponta a lanterna para outro corredor.

-Talvez a mãe tenha achado ele- Ariel pega um casaco no setor de roupas. –Achei- Ela diz vestindo a jaqueta turquesa. –Estava louca atrás dessa jaqueta- Ela aponta a lanterna para o corpo e se olha no espelho, algo chama atenção dela. –EI, CUIDADO- Ela grita apontando a lanterna para a pessoa se jogando em direção a Dhonna. Ela desvia e cai no chão, Ariel tenta puxar o homem pela perna. –SAI DE PERTO DELE! – Ariel grita caindo no chão perdendo o equilíbrio.

-DROGA- Dhonna tenta chutar o homem que sobe em cima dela.

-MÃAAAE- A voz vem do corredor ao lado.

Dhonna encara Ariel. –VAI BUSCAR ELE, EU DOU UM JEITO AQUI- Ela diz dando mais um chute na cara dele, Ariel se levanta e corre na direção do corredor.

Ariel entra no corredor de animais de estimação -Ei, não vou te machucar- Ela diz apontando a lanterna para as prateleiras. –Cadê você? – Ela segura a lanterna com as duas mãos agora.

-Você viu minha mãe? – O garoto de mais ou menos três anos sai de trás de um saco de ração. –Ela me disse para esperar aqui- Ele segura nas mãos de Ariel.

-Desculpa meu anjo, eu não vi sua mãe, mas vou te levar para um lugar seguro- Ela diz pegando o garoto no colo.

Dhonna entra no corredor e aponta a lanterna para Ariel. –Por aqui- Ela diz correndo na direção da padaria.

...

-Você está bem? – Ariel põe o garoto no chão.

-Não- Dhonna se senta em uma das mesas. –Não lembro para onde fica a saída de emergência.

Ariel pega a mão do garoto. –Vamos procurar- Ela diz encarando Dhonna.

-Sim, vamos procurar- Dhonna se levanta e começa a caminhar ao lado de Ariel.

...

-Daniel? É um belo nome- Dhonna sorri para o menino. –Você é um rapaz muito corajoso- Ela diz desviando de um carrinho de compras tombado no chão. –Ali, a saída- Ela acelera os passos em direção a porta.

-Graças a Deus- Tassia corre e abraça a mãe. –Nunca mais nos deixe sozinhas- Ela diz abraçada com Dhonna.

Dhonna a interrompe e se vira para o casal com o bebê. –Vocês podem levar minhas filhas com vocês?

A mulher vai até ela. –Claro, todos vocês são bem-vindos.

-Preciso que vocês duas se comportem e fiquem seguras- Ela diz as abraçando.

-O que você está fazendo? Você não vem? – Tassia a encara com o olhar assustado.

Ariel vai até Dhonna. –Quer que eu fique com você? – Ela diz segurando as mãos de Daniel.

-Não, eu preciso ficar sozinha- Ela dobra o pescoço mostrando a mordida. Ariel respira fundo e desvia o olhar. – Está tudo bem- Dhonna diz deixando algumas lágrimas descerem pelo seu rosto. –Mantenha as minhas filhas seguras, por favor- Ela abraça Ariel.

-Mãe? –Giulia a encara, ela tenta entender o que está acontecendo.

Dhonna vai até ela e a pega no colo. –Mamãe não vai poder ir com vocês. Eu me machuquei no mercado, vou precisar ficar aqui mais um pouco- Ela abraça forte a menina e entrega ela para Ariel. –Eu te amo muito, minha princesa- Ela diz acariciando o rosto da menina.

-Cuida da sua irmã- Ela abraça Tassia que chora a apertando com os braços. –Eu sinto muito querida- Ela diz encarando a lua enquanto abraça Tassia.

-Não mãe, por favor, podemos dar um jeito- Tassia diz com a voz trêmula pelo choro. –Vamos achar uma cura, pedir ajuda... por favor mãe.

Dhonna leva as mãos ao rosto vermelho de Tassia e a acaricia limpando as lágrimas que descem. –Eu sei que é difícil, estou lutando para não desabar aqui... preciso que seja forte pela Giulia, por favor querida.

Giulia chora enquanto observa sua mãe se despedir de todos. –Ei, vai ficar tudo bem, eu vou cuidar de vocês enquanto sua mãe tiver fora- Ariel se abaixa ao lado da menina.

-Eu quero ficar com a minha mãe- A voz de Giulia sai fraca pelo choro tímido.

Dhonna se abaixa ao lado dela. –Você precisa ser forte meu amor. Você vai ficar bem- Ela diz acariciando os cabelos da filha. –Você já é uma mocinha, mocinhas não choram mais. – Dhonna diz sorrindo.

-Mas a senhora está chorando... por que não pode ficar?

Dhonna ri. –Sim, estou chorando de saudades já- Ela abraça Giulia com força. –Mamãe não pode ir, mas vou encontrar com vocês em breve, ok?

Dhonna se levanta e vai em direção ao carro. –Eu amo vocês, mais do que qualquer coisa, nunca se esqueçam disso- Ela entra no carro. Tassia chora segurando Giulia por trás, todos observam a situação com um nó na garganta.

Ela acelera o carro e sai do estacionamento.

O coração de Tassia dispara, seu rosto trava em um choque momentâneo, ela sente sua pressão cair rapidamente, sua boca fica seca. –Boa noite mãe- Ela diz observando o carro sumir na estrada vazia.

...

Giulia está sentada no chão e se recusa a ir com eles. Ariel se abaixa ao lado dela e põe os cabelos ruivos para trás. –Ei, temos que ir- Ela diz encarando a menina que continua olhando para o chão. –Qual é o seu nome? – Ariel pergunta ainda agachada na frente da menina que não responde. –O meu nome é Ariel- Giulia levanta o rosto e encara a mulher bonita de cabelos ruivos, seus olhos estão brilhando e refletem a lua.

-Ariel como a sereia? – Ela pergunta descontraindo o rosto e esquecendo por um momento tudo o que estava acontecendo.

Ariel sorri para a menina. –Isso. Como a sereia! - Os olhos de Giulia se enchem com algum tipo de felicidade momentânea e ela sorri, sorri como se tivesse conhecendo uma princesa de verdade. –Vem, vamos embora- Ariel a pega no colo.



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-Ele está bem? – Noah se levanta quando Madson entra no corredor.

-Ele está muito cansado da cirurgia, mas vai ficar bem, você pode ir lá agora se quiser-

Noah se levanta e o encara pela janela, ele está dormindo. –Você me assustou- Ele diz sentado ao lado do amigo. –Meu Deus Troye, eu fiquei com tanto medo- Ele diz passando o ombro direito no rosto para secar as lágrimas que descem. –Não acredito que estou falando sozinho- Ele desvia o olhar e encara os aparelhos ao lado da cama.

-Não está falando sozinho- Troye diz com a voz fraca e ainda de olhos fechados. –Também fiquei com medo- Ele respira com dificuldade, ele está sem camisa, ataduras envolvem seu tórax até a altura do peito.

-Você sujou meu carro todo- Noah diz rindo. –Sabe que vai ter que limpar- Ele continua. Troye ri com dificuldade, sem abrir os olhos.

–Não vou limpar... sou visita, lembr... – Ele começa a se tremer e as máquinas começam a apitar.

-MAD!

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